quarta-feira, 28 de julho de 2010

Portugal - um lugar para amar


Esbarro-me agora na angústia que provoca a incerteza.

O meu velho coração tocado a anlodipino segue a poeira da estrada.

As quitandas daqui abrigam bêbados e troianos.

E os presentes são cavalos,

Grandes monumentos de madeiras frágeis que abrigam homens e flechas.

É verão e o mar é gélido como gélidas são as horas.

Na areia os pés desejam outros ares de mares quentes.

Eu sou desejo entre Fátima e San Tiago da Compostela.

Em Fátima eu tenho um céu azul-celeste,

Em San Tiago somente o caminho.

Assim, prefiro me guiar pelo céu, pois por aqui os caminhos são turvos e as pedras ponteagudas.

Pelo menos no céu a gente não tropeça nas estrelas.

Tenho andado sobre trilhos; sonho de menino de infância opaca.

É que nestas terras a gente tem que se fazer criança para ser forte.

Em mim, a poesia estava adormecida,

Mas as flores me instigaram aos versos.

Nada como um bom vinho e um porto.

Sinto-me num exílio sem os beija-flores,

Sem o frio que me aquece os sonhos,

Mas vou seguindo veredas minhas de ternura e fé.

Se não há pão, há paz,

Se não há dracmas, há esperança,

Se há amor, então sou pleno.

Sinto a poesia trazer a primavera.

O fato é que em mim, moram as quatro estações.

Quem quiser me ver, por favor,

Espreite a fechadura do tempo.

Caso não me encontre, lembre-se,

Estou em algum navio lutando contra piratas ébrios.

Sou barco a vela que veleja o ignoto.

Se o vento sopra, vou mais adiante,

Se o mar se cala, calo eu.

Por aqui só há sol, lua e meus anelos.

O que anelo? Sei lá! Eu nunca soube.

Desejo o vento, o mar e o amor.

Desejo velejar minha alma,

Enquanto velejo o mundo.

Desejo ser uma ave junto ao cais.

Sim, eu desejo o impossível.

Por isso minha alma sobrevive em esperança.

Não quero a mediocridade, tampouco a mesmice.

Venho de um país chamado aventura.

Com agulha e linha vou tecendo a história,

A minha história. Não é o bastante?

Sigo alinhavando amor, sorriso e respeito.

Semeio a semente dos sonhos e do amor.

À todos os que me amam ofereço o mar,

O ar, o céu, o mundo e a doçura de velejar

Na sua própria alma, velejando em mim.

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