sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Solitude





O tabuleiro está ali e as flores sequer notam a minha presença,
As aves vão e vêm sobrevoando o prado longínquo,
E o espelho d’água esgueira-se pelas encostas das montanhas;
O rio inunda o meu olhar e este se faz mar no oceano da vida.
A beleza pede carona na estrada dos sonhos de gente como eu.

Minha alma silente flui com a brisa que sopra a face da flor,
Mas as flores sorriem quando os versos tocam das pétalas a pele.
O sol brilha e sua luz passa pelas frestas das janelas entreabertas;
A sombra avisa a hora e o homem do campo descansa o chapéu,
Na estaca, onde corujas resvalam as asas no pouso noturno.

O douro do sol cora a tudo e o vermelho do céu tinge a terra,
Faz-se rubro o meu olhar e a ternura do mato molhado destila.
O verde versa a vida, vinda no vento de fim de tarde,
À voz dos arvoredos onde as cigarras vibram a melodia da aurora
Que encanta a alma e refaz o homem que sente a poesia junto ao poço.

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