quarta-feira, 1 de julho de 2009

Náufrago


Hoje navego olhando as estrelas,
Velejo de perto de mim para longe de mim mesmo,
Velhas marés de invernos em mares sombrios.

Os ventos daqui sopram forte,
E o cais sequer se avista a beira mar,
Sou pescador de ilusões e a vida está povoada delas.

Absorto no meu mundo de estrelas e sonhos,
Vou desenhando um céu só meu no teto do quarto,
Um céu de lantejoulas prateadas que refazem o afeto.

Sou náufrago do tempo,
Caravela de piratas que resiste à fúria das águas,
Diamante preso em iceberg branco em mar azul.

Sinto-me sem respostas para o simples,
Sem saídas para o belo,
Sinto-me só, mesmo não estando.
Sinto-me, apenas sinto.

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