segunda-feira, 27 de julho de 2009

Marés de Mim




Às vezes penso que a minha alma é como um mar,

suas ondas oscilam e vão dar na eternidade das pedras.


O meu olhar é como rota de navios que seguem os ventos,

a minha alma é do mundo a alma que refaz-se ao sol.


Sou poeta solitário, feito barco a vela em marés de invernos.


Meu canto, pranto de açanhaço no sertão agreste;

meu sorriso é brisa que avisa o tom da cor da noite,

nota de uma melodia que adia os sonhos.


Sou marujo da esperança,

navego mar aberto e aborto o tempo que traga a fumaça,

meras nuvens,

meros contos infantis,

mera dor,

esmera em mim a lápide do ontem,

enquanto no terraço o violino toca a valsa do amor,

e Mozart esfrega na pedra do desejo

a canção da alvorada,

banhada nas águas de oceanos meus,

que marejam em mim o cais do meu olhar longínquo.

Um comentário:

Anônimo disse...

linda!
Faz lembrar o entardecer; ao por do sol, que faz fronteira entre ceu e mar,num colorido impar,de beleza sem igual.
silvanete