"A estrada esta logo ali ao alcance do olhar,
Percebo-a quando a poeira sobe ao passar de pés que escrevem destinos.
Daqui do meu lugar sei que sou pouco notado,
Sim, notado apenas como uma possibilidade remota,
Um hiato, uma mera sombra feita de vento;
Mas que importa?
A vida é longa, pois os notáveis também choram.
Minha existência ao menos é importante ali onde sou importante para alguém;
Em todos os verões eu renasço, ressurjo das cinzas de outonos e invernos idos;
Sou presença silente durante o dia e a noite calo minha alma;
De longe as pessoas me confundem sempre com outras vidas breves,
Doce ilusão, minha silhueta é minha própria existência.
Insofismavelmente sou o que sou: a esperança de alguém;
Feito para ser defensor dos frutos e do futuro que brota da terra,
Com meus braços abertos abraço o mundo,
E nele, até as aves recuam quando me vêem.
Às vezes cansa esta espera,
Pois esperar é um ato que mexe as entranhas.
A colheita está madura, e da estaca onde habito,
Vejo homens colhendo as sementes do amanhã;
A tecnologia me desempregou,
Os produtos químicos matam hoje o que eu protegia ontem,
Morre o homem, morre o fruto, e morre a terra e mesmo as aves,
Tudo morre porque não estou,
Tornei-me inútil para uma geração que morre enquanto come,
E morro eu a cada estação,
Sem querer me tornaram símbolo do orgânico, do ecológico,
Mas o único eco lógico é o que vem do grito da minha voz,
Calada,
Esquecida,
Mas ainda viva.
Percebo-a quando a poeira sobe ao passar de pés que escrevem destinos.
Daqui do meu lugar sei que sou pouco notado,
Sim, notado apenas como uma possibilidade remota,
Um hiato, uma mera sombra feita de vento;
Mas que importa?
A vida é longa, pois os notáveis também choram.
Minha existência ao menos é importante ali onde sou importante para alguém;
Em todos os verões eu renasço, ressurjo das cinzas de outonos e invernos idos;
Sou presença silente durante o dia e a noite calo minha alma;
De longe as pessoas me confundem sempre com outras vidas breves,
Doce ilusão, minha silhueta é minha própria existência.
Insofismavelmente sou o que sou: a esperança de alguém;
Feito para ser defensor dos frutos e do futuro que brota da terra,
Com meus braços abertos abraço o mundo,
E nele, até as aves recuam quando me vêem.
Às vezes cansa esta espera,
Pois esperar é um ato que mexe as entranhas.
A colheita está madura, e da estaca onde habito,
Vejo homens colhendo as sementes do amanhã;
A tecnologia me desempregou,
Os produtos químicos matam hoje o que eu protegia ontem,
Morre o homem, morre o fruto, e morre a terra e mesmo as aves,
Tudo morre porque não estou,
Tornei-me inútil para uma geração que morre enquanto come,
E morro eu a cada estação,
Sem querer me tornaram símbolo do orgânico, do ecológico,
Mas o único eco lógico é o que vem do grito da minha voz,
Calada,
Esquecida,
Mas ainda viva.
Ah! Para quem desejar saber quem sou,
Meu nome é...
Não importa o meu nome.
Eu sou apenas um... um ...
Es...pan...ta...lho,
É isso mesmo!
Um simples e saudoso espantalho.
Aqui da minha janela não espanto mais nada,
Pois eu mesmo ando espantado com o que fizeram da lavoura,
Do campo, da vida e de tudo,
Sim, esta é a breve história de quando os homens
Pela irracionalidade espantaram a mim
Um espantalho solitário".
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