sexta-feira, 13 de março de 2009

O trem que partiu-me


O trem da saudade partiu às 4h da tarde,
O sol ainda quebrava o seu olhar amarelo de menino pidão,
Com o trem partiram meus sonhos,
Com o sol ficou o meu desejo.

O sol partiu às 6h da tarde e com ele partiu a luz,
Ficou a névoa que trazia a noite sobre meus olhos molhados,
Ficaram meus pés ali parados,
Meus olhos ainda viam a fumaça que o trem deixou para trás.

Molhados,
Meus sonhos seguiram a luz,
A fumaça nublou minha alma,
Enquanto eu parti em silêncio para o meu ocaso.

Sem luz,
Sob neblina intensa,
Meu mundo se fez nostalgia na terra que somente a lua podia iluminar,
Tédio de uma alma que partiu com o sol,
Que seguiu o trem em seu destino.

Enquanto viajo,
Faço da noite a minha morada,
Um manto que verte o alvo tom da ternura
Na rua escura da solidão,
Na penumbra da saudade.

Estação de mim de invernos frios,
Trilhos de mim de luares prateados,
Silhueta de corpo que anda entre estrelas,
A fumaça e a esperança de outros sóis.

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