quarta-feira, 26 de maio de 2010

Direção



O belo ocidente de mim ruma absorto para o oriente,

A terra amarelada do deserto contrasta ao azul do céu,

Chapéu anil sobre a minha cabeça: plácida ternura esculpida.

O norte de mim navega às águas para o sul,

Estradas frias de desgelos permanentes.

Sigo rente rumo ao sol poente,

Ali onde o douro da luz enfeita as nuvens como lantejoulas em veste festivas.

Vou seguindo as estrelas na via láctea que perfila o sonho.

A sudeste de mim moram as aves,

E estas, migram para as terras sudoeste de serena alegria.

À nordeste de mim se escondem riachos doces,

lugar onde meninos brincam serelepes e altaneiros.

Meu amor, meu anelo e esperança é centro-oeste, o lado oposto de mim,

E a noroeste do meu ser encantado habita uma linha férrea,

Ali, em silêncio, nasce a fina flor do amor mascavo que adoça o canto.

Sou verso que ruma em todas as direções,

Sou sombra,

Sou caminho,

Sou olhos que desejam o mundo e que perseguem a esperança,

Enquanto os pés seguem a alegria na estrada dos ventos.

Nenhum comentário: