sábado, 31 de julho de 2010

À Minha Poetiza



Sinto que o tempo tem sido gentil comigo,

As horas passam e eu sequer me apercebo.

Meu coração é como vidraça quebrada, fragmentos.

Vou seguindo a estrada enquanto os trilhos percorrem minhas veias.

Para onde vai esse trem? Não sei dizer, sei sentir.

Um olhar se debruça na janela da lua,

O céu feito cortina se estende entre as colunas siderais.

Novena de meninos que não distinguem os sinos.

Os meus pés perseguem o sol,

E à sombra vou escrevendo o meu destino.

Sou poeta de alma de outonos frios.

Sou cantor de versos no cair das folhas.

Sinto saudade de tudo que se chama simplicidade.

Tenho recebido poesias do meu amor.

Seus poemas fazem-me flutuar nas nuvens densas de mim mesmo.

Seus primeiros versos são para a eternidade.

Sou um pai feliz.

Sou amado pela minha poetiza.

Sou um homem que lê versos de amor sorridente,

Sinto-me aqui, num lugar no mundo, distante, entre o amor e o silêncio.

O meu olhar brilha nas estrelas,

Espero que elas saibam vê-lo saudoso.

O amanhecer aqui é sob a névoa da solidão.

Vivo entre adegas, barcos e altares, mas vou indo.

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