quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bolinhas de Gude




Quando criança nós amávamos brincar na rua,
Muitas vezes, esta nos acolhia afavelmente,
Nela éramos heróis e bandidos e a cada lance do olhar,
Uma atividade nova convidava nossos corpos lúdicos para dançar.

Eu amava jogar bolinhas de gude.
Pés descalços, consciência sem culpa e na alma o amor pela vida,
Triangulo desenhado no chão, três covinhas enfileiradas e uma linha distante.
Nosso olhar seguia aquelas coloridas esferas que rolavam no chão do nosso amor.

Eu era bom naquilo que fazia,
Mas na rua havia aqueles que eram melhores que eu.
Bolinha ia, bolinha vinha e o tempo parava para nós.
O tempo sempre pára e espera a quem sonha.

Eu ainda sonho,
Sonho com o que não sei definir,
Desejo o mundo, mas num instante tudo se fragmenta,
Na pedra da realidade,

Sob a foice das horas que anunciam o tempo de acordar.

Eu cresci,
Mas ainda guardo minhas bolinhas de gude,
Numa lata no telhado de uma dessas casas que guardam nossa infância.
Jogar gudes é como brincar com o vento:

a gente simplesmente se deixa levar.

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