quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mares Azuis




A vidraça suja não ofuscou o brilho do olhar,
A poeira ainda estava ali quando o sol raiou,
E com ele amanheceu a minha alma silente.


O amor sempre desperta nessas horas,
Ao som do canto dos pássaros encantados,
E nas janelas dos olhos o tempo desliza na neve.


A brancura dos montes lá fora quebranta o desejo da partida,
Os pés seguem os sonhos enquanto estes constroem estradas,
E minha alma navega em mares azuis de céus com estrelas.

Sou poeta de ontem que hoje fabrica o amanhã,
Poetas são seres passageiros que tecem o para sempre,
A poesia não é efêmera, descança na pedra da eternidade.

Não sei como os poemas nascem,
Se num lampejo de transcendência, num beijo no eterno,
Ou apenas um hálito do Espírito que evoca o ignoto.


Eu sei como os poemas sobrevivem ao tempo e ao vento,
Eles fecundam o belo e o profundo na alma de quem ama,
Milagre que insere vida nas palavras descritas com afeto.

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