terça-feira, 24 de novembro de 2009

Viver



"As manhãs são belas,


As noites me encantam porque silentes,


Aves se aninham nos galhos de árvores nos pastos e quintais da vida.


O gado muge seu desejo contido,


Rumina o homem que ler sua história,


Mémorias do cárcere da existência.


O grão faz-se quebrar no silêncio,


O sulco da terra distingue as sementes,


Águas que rolam para o fundo daquilo que os olhos não vêm,


Ali onde a vida simplesmente brota longe do olhar,


Onde o amor sabe-se planta que viceja incerta,


De corações também incertos,


O amor é sulco que molha o desejo.


Ave de rapina é o ódio,


Leva para longe o fruto da terra,


Destrói a presa,


Enquanto grata a devora o corpo,


Lenha que consome o afeto,


Apaga a beleza,


E a fragmenta,
pão partido entre nós,


Mera avidez,


Tortura penitente,


Realidade macabra.


Bom mesmo é amar,


Se dar,


Se doar ao tempo e ao vento,


Viver e ver a luz que nasce do sol,


Fogo que ascende a alegria,


Que une sonhos,


Faz caminhar na relva mãos que se afagam,


Ali onde meninos nascem,


A vida acontece e o amor é a mais profusa realiade".

Nenhum comentário: