"As manhãs são belas,
As noites me encantam porque silentes,
Aves se aninham nos galhos de árvores nos pastos e quintais da vida.
O gado muge seu desejo contido,
Rumina o homem que ler sua história,
Mémorias do cárcere da existência.
O grão faz-se quebrar no silêncio,
O sulco da terra distingue as sementes,
Águas que rolam para o fundo daquilo que os olhos não vêm,
Ali onde a vida simplesmente brota longe do olhar,
Onde o amor sabe-se planta que viceja incerta,
De corações também incertos,
O amor é sulco que molha o desejo.
Ave de rapina é o ódio,
Leva para longe o fruto da terra,
Destrói a presa,
Enquanto grata a devora o corpo,
Lenha que consome o afeto,
Apaga a beleza,
E a fragmenta,
pão partido entre nós,
Mera avidez,
Tortura penitente,
Realidade macabra.
Bom mesmo é amar,
Se dar,
Se doar ao tempo e ao vento,
Viver e ver a luz que nasce do sol,
Fogo que ascende a alegria,
Que une sonhos,
Faz caminhar na relva mãos que se afagam,
Ali onde meninos nascem,
A vida acontece e o amor é a mais profusa realiade".
Nenhum comentário:
Postar um comentário