Não consigo entender minha ligação com as alturas.
Voar de asa delta, Skysurf, Windsurf e,
Empinar pipas me apetece, mas não é possível na chuva.
Chove lá fora e o meu olhar que sorve o vento segue as gotas.
Sou prisioneiro do silêncio.
A minha alma cala o que poderia explodir o meu mundo de símbolos e leis.
Ouço ao longe a 1812 de Tchaikovsky: Napoleão de volta para casa,
Mas o meu coração deseja a Für Elise de Ludwig Van Beethoven.
Sinto em lá menor a doçura da minha alma alada, ao lado.
A janela abriga o meu corpo solitário anelante,
Sinto-me estrangeiro mesmo aqui no lugar do afeto.
Não sei explicar a alternância das minhas emoções,
Devo estar parindo um novo mundo ou gerando os ranços do velho.
É figadal essa minha espera das horas que não passam.
Sou uma espécie de Prometeu portador do fogo.
Arde em mim as chamas estomacais da azia que me consome aos poucos.
Sou prisioneiro na cela feita por grades de gotas de chuvas.
Mas, se livre, para onde irei?
Começar tudo outra vez? Repetir-me numa fadiga constante?
O mundo é o mesmo.
As pessoas e as ânsias também.
Para que mundo novo poderia voar o meu pássaro sem dor?
Depois das chuvas brilhará o sol.
Quem me dera ser invisível.
Quem me dera travestir-me de vento para sair por ai.
Daqui da minha janela imaginária eu toco a vida em lá menor.
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