segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sinfonias Em Mim



Hoje me sinto úmido no corpo e na alma.

Minhas esperanças vicejaram no amanhecer de mim mesmo.

Meu ser temporal sente o frio da vida que me rodeia bela em flor.

Alguma coisa em mim anuncia dias primaveris,

Enquanto Ravel faz-me perceber a vida ao som de seu Bolero encantador.

Transcendo a minha dor à Nona Sinfonia de Beethoven que me desperta a saudade,

No despertar da lua prateada, Serenata no céu do desejo, serena o meu olhar.

A refrega de dias tórridos, agrestes, ainda me ameaça o sossego.

Desejo a noite e dela a canção.

Absorvo as estrelas,

Viajo em cometas que cometam em mim a travessia de mim mesmo.

Asteróides ligeiros num olhar pueril.

Anelo a poesia feita verso em canções de ninar.

Sou menino que tem sede de vida, das vias e das alegrias.

Preciso brotar para mim mesmo neste chão de céu de anil.

Conheço um homem que do amor se fez refém e em silêncio cala o mundo.

Enquanto calado pare recordações e nestas abre as janelas da alma.

Conheço um menino que ama o mundo enquanto absorve o vento.

Conheço um menino que desconhece um homem que o ama eternamente.

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