segunda-feira, 9 de maio de 2011

Quando Os Invernos São Mais longos!





Não tenho palavras para descrever o que sinto agora.

Minha mente sonha com mundos impossíveis.

O meu corpo deseja seguir a minha alma,

Mas esta, não quer outra coisa que não seja amor.

É justo isso? Penso que sim.

Minha insônia me incomoda,

Sou caminhante solitário numa noite densa.

Do portão para fora nada me interessa.

Não há verdade que me interesse lá fora.

Já tenho que me virar com as verdades entremuros.

O inverno de fora coaduna com o de dentro.

Invernos assim costumam ser mais longos.

A frieza de dentro tende a ser mais dura que a de fora.

Eu queria estar em Zurick, no lago onde fui um dia.

Queria estar em Londres, na Tower Bridge.

Eu queria muitas coisas a uma só vez.

Quem me dera pisar novamente o caminho de S. Tiago, na Espanha.

Ou a ternura das ruas belas de Viana do Castelo.

A alma quer o já visto.

A trama e a urdidura do meu desejo quer o Sol,

Anseia as cachoeiras feitas de gotas mornas.

Sinto saudade da liberdade que se saboreia em silêncio.

Assentado aqui, eu sou como Atlas, transporto mundos.

Ou como Sísifo, eu vou rolando as pedras do passado.

É isso, esperarei, ainda que a figueira não floresça.  

Sinto a dor que um poeta precisa para escrever.

Poesias que nascem da dor não precisam de enfeites,

Por si só já são cheias de vida, sangue e profundidade.

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