A palavra se esconde de minha pena de escritor.
Dá pena das canetas quando o verbo não vem.
As mãos não têm culpa se a mente perdeu o trem na estação.
Os olhos ficam a espera de um sentido para a razão.
Fixo num ponto, o olhar se perde, sem saber ao certo o que procurar.
O que achar visto que não se encontra?
Certa irritação me desinstala a quietude.
Um pouco de ansiedade. Um copo de desespero.
Uma taça de ironia. Um drinque no silêncio.
Uma música estilhaça a vitrine da não-palavra.
É em inglês, uma língua distante como distante vive a minha alma.
O globo azul dos olhos de um céu feito de amor se emudece.
A palavra, feito menino que brinca de esconde-esconde, se esconde.
No coração o desejo de poetizar; escrever versos floridos.
Como? A primavera insiste em não vir. Há invernos que duram.
Os pensamentos decolam, enquanto minha alma adeja entre abismos.
Transporto os versos que ainda não nasceram. Parturição contida.
Na boca a palavra calada. No ato a imagem da flor que espera a aurora.
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