quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Vento E A Alma


Hoje o céu está limpo num tom de azul, de um azul sem fim.
O olhar se perde na pedra anil sem nuvens brancas ao redor.
Tudo parece mais nítido e o sol iluminando cora o mundo.

A palavra não vem e enquanto não vem, descrevo o vento.
Este passou por aqui sorrateiro. Vestiu-se de invisibilidade e sorriu.
Brincando como um menino entre as flores, correu fugidio.

Com o vento seguiu minha alma leve e feliz.
Para onde foram? Não sei. Quem saberá a estrada da alma?
O vento e a alma são velozes, invisíveis e verdadeiros.

Como o vento a alma transporta aromas.
Como a alma o vento viaja por ai quando deseja ternura.
Ambos se lançam no mundo sem fim à procura de sonhos e aromas de flores vívidas.

Nas asas do vento a alma ama o mar.
Nas asas da alma o vento é poesia de quem ama.
Entre as duas asas do vento e da alma habita o poeta.

Poetas voam com as asas da imaginação.
É de vento e da alma que a imaginação insufla os sonhos.
Os meninos lêem os poetas, porque suas almas e palavras são tapetes mágicos.

Minha alma migra com os ventos uivantes de manhãs de invernos.
Alado, saio por ai semeado poemas de amor.
A minha alma feita de vento entra pelas frestas das janelas onde a vida é flor.

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