Ontem eu estive entre a noite e o dia.
Foi rápido. Eu estava acima das nuvens.
O Sol de um lado, despedia-se vestido de um tom de abóbora-avermelhado.
Do outro, a Lua prateada iluminava o tapete que parecia de lã, feito de nuvens.
Lá das nuvens, dentro do avião, eu me dividia abismado.
Fotografei a chegada da noite e o dia que partia, onde as montanhas eram de fumaça.
Ambos estavam ali, Sol e Lua, a noite, o dia e eu, apenas na fenda do tempo.
Minha alma, absorta, já não tinha chão quando na terra.
Agora entre as estrelas, sabia-se asteróide.
Um mar de luzes se podia ver nas cidades.
Como um artista plástico ante a sua tela em branco,
Eu ainda não havia pincelado o meu futuro.
Eu apenas seguia a leveza do espírito,
Inspiração de um rabisco feito esboço no coração.
Ainda pinto a tela de uma história feita de sangue, amor e vida.
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