domingo, 10 de julho de 2011

Trilhas Sem Trilhos


Os olhos que a tudo vêm não se vêm.
O que desejam os olhos além do olhar?
Não são os olhos que vêm, mas o espírito.
O que deseja o espírito? Sabe Deus!
Fingimos saber das coisas do espírito.
Metafísica de uma física esgotada de inquirir.
Floresta densa que esconde a estrada.
A vida se apequena quando já não há mais trilhos.
Os pés sedentos de ontem se fizeram cansados junto ao poço.
Não é de pés que precisam as fontes,
Os pés precisam de trilhos.
E as fontes de encontros encantados de amores eternos.
Já não há mais bondes por ai e os trens quedaram silentes na velha estação.
Se não há trilhos, restam as trilhas.
Veredas antigas de um coração que ainda ama enquanto parte.
Partido, parte em silêncio como silente está o trem na estação.
Para onde irão os pés se o espírito já não sabe o que deseja enxergar?
Minha alma deseja o amor plantado a beira de caminhos dormentes.
O amor é como bolha de sabão, comporta a eternidade em paredes transparentes.
Insustentável leveza de um ser que espera.
O menino sopra as bolhas e as bolas em sonho ganham alturas.
Coloridas, flutuantes e breves como uma sonata de amor.
Como o ser em Si se desfazem, no ar onde o tempo urge.
Pelo que espera o ser? Sabe Deus!
As esperas se esgotaram na última estação.
Os pés sem os trilhos marcam passos, não caminham.
A estrada segue o seu curso e o vento apenas sopra sua brisa suave.
Serena noite sem neblina na terra do adeus.
Viajo em navios negreiros para a terras da África,
Persigo rubis que sob a terra esperam o Sol.
Aguardo a luz que faz diamantes o amor sem fim.
Enquanto espero sorvo o vento, 
Temporais amenos que acalentam a face.


Tormentas de invernos que não rasgam a história,


Feita de poesias regadas à lágrimas sinceras.

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