sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Impotência



"Uma ave pousou no fio do meu desejo,
A chuva caía sem dó sobre seu corpo frágil e friento,
Nunca se ouviu um canto mais tímido de uma ave tão bela,
Mas ela estava ali,
Imponente,
Mas, no peito trazia a solitude,
O medo de ser quimada pelos pés,
Como voar se as gotas doem nos olhos?
Sim,
Como voar se as asas feridas não encontram o afeto?
Pára,
Observa e verte uma lágrima misturada a gotas,
Ensaia dar seu último canto,
Mas seu peito doi, em suas recordações de verões passados,
Sim,
Pobre avezinha,
Impotentente,
Vê-se absorta pelo mundo cinza que cerca-a.
O que fazer?
Nada a fazer,
Apenas a esperar.

Esperar o sol,
Esperar a cura,
Esperar que outras aves rumem para o amanhã,
Abrindo as portas de mundos dourados.

Ali onde a saudade entorpece o coração,
E onde o forte se anula em dor, silêncio e esperança.

Lugar onde os heróis se sabem também impotentes,
Tragando a fumaça da incerteza,
Bebendo na taça de um amor ausente".

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