segunda-feira, 25 de maio de 2009

VACIVU (Vazio)





Vacivu, no latim, é a palavra que define os espaços desocupados.
Para o poeta, vacivu é o vácuo: a ausência do amor.
É corpo sem afeto, vida que não faz parir o verso,
Verso que transcende a alma para além de si mesma.

Vacivu é o vazio: mundo sem objetos de amores.
É mundo oco de sentido e cores;
Cheio de nada,
Onde os olhos nada vêem, além dos limites no ato de existir.

Vacivu é sorrir sem afeto,
Abraçar sem carinho,
Perdoar sem ressignificação,
É beijo sem ternura na face que esconde o olhar.

Vacivu é fé sem desejo,
É céu onde Deus não é a espera mais anelante;
É destino sem escolhas,
É porão sem coisas que valham a pena guardar.

Vacivu é infância sem brinquedos,
São os sonhos roubados, é choro sem colo,
É estômago sem pão,
Vazio é o saber sem o: para quê?

Vacivu é inverno sem fogueiras,
Primavera sem flores,
Outono sem chão colorido ao pé das árvores,
É vento sem pipas no céu-azul empinadas sobre as lajes.

Vazio meu senhor,
É viver sem amor,
Viver sem amar e sem ser amado,
É viver sem a plenitude da presença de Deus.

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