quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Só Corro




Eu corro de tudo que não gosto nesta vida,
Corro do ódio,
Do medo,
Da solidão,
E da injustiça.

Fujo de alguma coisa que não sei nomear do inconsciente.
Corro do que me ameaça.
Corro do ontem,
Corro do agora,
Corro, simplesmente corro.

Corro de mim mesmo,
Corro dos outros e de tudo,
Corro por ai e faço do tempo um esconderijo.
Corro porque não aprendi a fazer outra coisa.
Corro porque amo correr.

Às vezes corro do relógio,
Corro veloz,
Brinco; escondo-me, mas corro sem parar,
Corro porque o mundo e as horas correm,
Corro porque tudo está em movimento.

Corro para o amanhã,
Fujo do ontem,
Corro de tudo que se chama desespero,
Abrigo-me em silêncio no colo do vento,
Que corre por ai fazendo seu circuito.

É assim que vivo a minha vida,
Corro, corro e corro.
Se acaso quiseres me encontrar,
Por favor, alongue os passos e corra.
Fujo de tudo que não se chama amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem sou? Talvez eu seja um poeta? Não exatamente...
então... o que sou? Coloco uma lente diante do meu coração, para que as pessoas
possam vê-lo. Quem é? O saltimbanco da minha alma.
Palazzeschi S.