"A mão que afaga a pele da criança foi traspassada,
enquanto o peito sangrava a dor que o vento insistia em não levar,
os pregos,
a lança,
a coroa de espinhos,
a cor do vermelho que escorria no olhar,
trazia a lembrança do amor sincero dado gratuitamente,
sangue, suor e lágrimas;
nenhum gemido de protesto,
nenhuma palavra blasfema,
nenhuma revolta em forma de palavras,
nada que lhe pudesse tirar a nobreza.
Anos passados,
pés feridos,
mas a tristeza veio a galope, voando rasteira,
os melhores amigos se foram,
porém, seu coração insistia em amar,
seu assombro fez ruir a alegria,
seu terror brandiu a espada nua e fria no colo do coração que amava.
Uma palavra,
a traição,
a morte,
sorte em ruinas.
A pele enrrugada desejando o toque de quem partiu,
o afeto se esmigalhou,
o pote quebrou-se junto à fonte,
solidão,
uma canção se fez ouvir,
cuja melodia vaga na saudade de dias passados e de casa,
o último olhar,
um adeus em forma de silêncio,
um até breve, volto logo,
mas o semblante refletia a alma do que jazia ao pó.
Perdão,
a maior das melodias cantdas de perto ou à distância,
um afeto,
um sorriso,
um gesto que se eternizou,
a cruz deixada para trás,
o averso da luz,
uma rua solitária,
o Cristo se fez amor no olhar,
as chagas eram sua lembrança mais profunda da humanidade,
e de sua alma uma palavra não quiz calar:
PAI PERDOA-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM".
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