quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Zênite e Nadir






Hoje sangro nas feridas abertas de ontem,
O corpo chora o inexplicável,
A pele verte os dias que passam sobranceiros,
A alma verte o passado em forma de vinho acre-doce.

Minhas lágrimas são chuvas de invernos frios,
Meu suor é rio que corre montanha abaixo,
Meus desejos, cachoeiras que morrem nas pedras,
Odores de velhas cabanas onde meninos brincam futuros.

A poesia em mim é sangue que verte a vida,
Vida que versa a vontade de ser zênite,
Que morra o vazio ante o caos!
Minha espera acaba aqui: nadir de latas amassadas da festa de ontem.

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