Portugal Verão de 2010.
O jogo está jogado, retroceder não dá mais.
Dados postos sobre o tabuleiro da existência.
Como esquecer as coisas se a mente não faz mais nada além de arquivar imagens?
Como olvidar as coisas se o vivido dói e o amor se faz abismo?
A vida é mesmo assim: um conto ligeiro.
Somos todos peças de um xadrez imaginário,
Onde peões se esmurram por uma sobrevivência inócua.
As torres se elevam em palácios alheios,
Refrega de ignóbeis vestidos de príncipes.
Com o tempo a gente descobre que há mais dignidade entre os plebeus que na realeza.
Enquanto os cavalos correm soltos por ai sorvendo o vento,
O estamento chafurda na lama e o bobo da corte leva a culpa pela alegria que não
vem.
Quem tem culpa de o bobo não ser o bobo, mas o rei.
O bobo ri-se de si mesmo e de seu trágico destino:
Alegrar quem não merece a beleza e a alegria faceira da vida.
A rainha continua ali inopinada e inútil, firme,
Mas sem luz no olhar: um olhar abissal.
O rei? Este sim! Impáfia feita gente.
Apenas não enxerga a verdade de que no tabuleiro
Todos se esforçam para protegê-lo enquanto perdem suas vidas e tempo.
A coroa às vezes distrai e engana quem a possui.
“Mente quem diz que a vida é bela”, cantou o poeta.
No xadrez meu senhor, quem se sai melhor é o bispo.
Este sim existe para transversalizar-se na desgraça alheia.
Viez de mim na angústia não sarada de passados vívidos.
Xeque Mate!
Hoje mora em mim a indecisão e a cisão.
E cindido escrevo meus versos na areia: escrita que o mar apaga..
Para onde irei depois das chuvas?
Não sei dizer! Nada sei dizer sobre o futuro ou sobre as chuvas!
Eu queria diluir-me e sair por ai em silêncio
E invisível como água que passa sem sequer ser notada.
Sinto que a única realidade que me faz enxergar o sentido das coisas
É a certeza de que Deus é amor.
O amor! Esse tem muitas faces, mas se esconde por ai longe do olhar pueril.
O frio na espinha me faz lembrar que Deus não joga dados
Tampouco xadrez com bispos, rainha e rei.
Deus, meu senhor, é amigo de bobos e peões.
Ele como no passado, não se impressiona com as torres erigidas na Babel dos homens de hoje.
Se eu estou feliz?
Sim. Porque devolvi o sorriso a um amigo e passei azeite em suas feridas abertas.
Mas, ainda quero enxugar-lhe as manchas das lágrimas
Deixadas na face, vertidas no escuro do abandono.
Eu cresci ouvindo dizer que homens não choram.
Choro porque não sou homem?
Não. Choro porque tenho alma de anjo em corpo de menino.
Meninos choram sem culpas.
Minha alma chora porque se sabe pequena e só.
É que a Páscoa vem ai e o cordeiro será devorado com ervas amargas.
Perdão sempre dado no altar da sinceridade do coração que não guarda mágoas!
Mágoas? Águas passadas em ribeiros de lágrimas.
Ódio contido em odres novos, para que não se perca o amor nem se derrame o vinho.
Vinho da vinha da esperança nas adegas do tempo.
O poeta embriaga-se nos versos que sangra, enquanto o sangue destila a saudade,
E os pés, ébrios, feito pena de tinteiro vazio do paço real que pixa os muros das cidades.
Se eu estou triste?
Não tenho tempo para isso! Tristeza é pão que alimenta os poetas.
Pão nosso de cada dia comido na pressa dos deuses.
Eu quero mesmo é ser um saltimbanco!
Quero dar um xeque mate na tibieza do meu ser hiato.
Findo esse poema amando
Ao Único Ser que me totaliza nessa mera quimera de instante:
DEUS.
Quem tem culpa de o bobo não ser o bobo, mas o rei.
O bobo ri-se de si mesmo e de seu trágico destino:
Alegrar quem não merece a beleza e a alegria faceira da vida.
A rainha continua ali inopinada e inútil, firme,
Mas sem luz no olhar: um olhar abissal.
O rei? Este sim! Impáfia feita gente.
Apenas não enxerga a verdade de que no tabuleiro
Todos se esforçam para protegê-lo enquanto perdem suas vidas e tempo.
A coroa às vezes distrai e engana quem a possui.
“Mente quem diz que a vida é bela”, cantou o poeta.
No xadrez meu senhor, quem se sai melhor é o bispo.
Este sim existe para transversalizar-se na desgraça alheia.
Viez de mim na angústia não sarada de passados vívidos.
Xeque Mate!
Hoje mora em mim a indecisão e a cisão.
E cindido escrevo meus versos na areia: escrita que o mar apaga..
Para onde irei depois das chuvas?
Não sei dizer! Nada sei dizer sobre o futuro ou sobre as chuvas!
Eu queria diluir-me e sair por ai em silêncio
E invisível como água que passa sem sequer ser notada.
Sinto que a única realidade que me faz enxergar o sentido das coisas
É a certeza de que Deus é amor.
O amor! Esse tem muitas faces, mas se esconde por ai longe do olhar pueril.
O frio na espinha me faz lembrar que Deus não joga dados
Tampouco xadrez com bispos, rainha e rei.
Deus, meu senhor, é amigo de bobos e peões.
Ele como no passado, não se impressiona com as torres erigidas na Babel dos homens de hoje.
Se eu estou feliz?
Sim. Porque devolvi o sorriso a um amigo e passei azeite em suas feridas abertas.
Mas, ainda quero enxugar-lhe as manchas das lágrimas
Deixadas na face, vertidas no escuro do abandono.
Eu cresci ouvindo dizer que homens não choram.
Choro porque não sou homem?
Não. Choro porque tenho alma de anjo em corpo de menino.
Meninos choram sem culpas.
Minha alma chora porque se sabe pequena e só.
É que a Páscoa vem ai e o cordeiro será devorado com ervas amargas.
Perdão sempre dado no altar da sinceridade do coração que não guarda mágoas!
Mágoas? Águas passadas em ribeiros de lágrimas.
Ódio contido em odres novos, para que não se perca o amor nem se derrame o vinho.
Vinho da vinha da esperança nas adegas do tempo.
O poeta embriaga-se nos versos que sangra, enquanto o sangue destila a saudade,
E os pés, ébrios, feito pena de tinteiro vazio do paço real que pixa os muros das cidades.
Se eu estou triste?
Não tenho tempo para isso! Tristeza é pão que alimenta os poetas.
Pão nosso de cada dia comido na pressa dos deuses.
Eu quero mesmo é ser um saltimbanco!
Quero dar um xeque mate na tibieza do meu ser hiato.
Findo esse poema amando
Ao Único Ser que me totaliza nessa mera quimera de instante:
DEUS.
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