quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobrevoo - Espinho - Portugal - 18/08/10



Hoje o sol se despediu mais cedo,

Uma névoa suave cobre a cidade que brilhava num azul estonteante,

Sob a neblina, o meu coração segue o rumo das gaivotas,

Não sabe ao certo onde vai pousar,

Mas, voa firme ante às intempéries.

Sinto-me um barco à vela navegando sobre calmas águas,

Não sei dizer por que, mas dou-me à quietude sem culpa.

Deus, em algum lugar me prepara um chão,

Pois, Ele sabe que sem uma terra o homem não é nada.

Espinho vai ficando para trás e para trás ficam as mágoas.

Já não basta o Espinho na carne?

De um Porto sigo para o outro sem medo.

A face de Deus se esconde onde há o amor,

E amando vou levando a vida.

O amor é o pão de cada dia de quem O conhece.

Tudo por amor, é a base do que vivo.

Se amando errei, errei por amor,

Se amando acertei, não fiz nada além do meu dever.

Amar ainda é a mais bela coisa desta vida.

Uma cerração cobre o meu corpo que no frio aninha sonhos.

Cuido do meu corpo, meu maior patrimônio,

Minha riqueza acima das outras daqui,

Porém, não mais especial que as de lá,

Onde a eternidade abriga a fé, a esperança e o amor.

Sacudo a poeira dos pés,

No entanto na alma vou levando o que aprendi,

A poeira não pode estar na alma,

Uma vez que nos pés já não estão.

É isso, salto entre abismos é a minha vida.

Vou caminhando sem culpa, sem medo e sem dor.

Orei ontem a minha angústia,

E hoje sorvo o que sobrou,

Um coração puro e um olhar entre a névoa e o mar.

Uma melodia eclode,

Porque em mim renasce o desejo.

Quero em breve soltar pipas por ai,

Correr com minhas pequenas e faze-las amar a Deus,

Acima de tudo e de todos,

Vestir-me da inocência e viver do que a fé e a honra são capazes de produzir.

Não quero nada que não seja fruto da ternura.

Sou ave que voa entre abismos,

Uma mera ave cuja beleza está no seu voo.

E voando eu vou para onde o Vento levar-me.

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