segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Espera!



As montanhas me seduzem o olhar saudoso,



A minha alma que dissipa a dor da espera,



Espera,



Simplesmente espera o amor que advem do vento.



O vento meu senhor, transporta perfumes de mundos distantes,



O aroma do mar,



O cheiro dos campos,



A doçura dos vales,



E das montanhas me traz o cicio que cala a alma.



A Minha alma alada, voa por ai à luz dos sol.



Sou poesia que sobrevoa sonhos infantis,



Letras vivas de uma canção que semeia ternura



Sou poema escrito nas pedras do tempo,



Rabisco de um verso que se fez ouvir no sertão.



 Ser tão só me devolve a calma.



 Não tenho medo da solitude,



 Temo a solidão.



 Aqui do meu lugar, o meu nome é saudade!


Uma nesga de felicidade banhada pela luz da Lua!



  

Escritas da Alma!


Escrevo porque escrevendo transcendo-me.

Minha alma quer mais que o que vivo agora.

Minha transcendência é para dentro e para fora do meu eu.

Meu universo interior quer o mundo fora de mim.

 Essa sede em mim que nada fora de mim sacia.

Não sei por que os pólos sul e norte do meu ser se desejam.

Eles são como encontro de Sol e Lua,

Mera distração de um desejo impossível.

Às vezes penso que o impossível me habita.

O fato é que onde habito, habita a espera, o amor e as flores.

Quem um dia despertou às manhãs,

Observou as montanhas em suas alturas,

E viu o orvalho na flor a beira da estrada,

Jamais será feliz em cubículos onde o olhar não veja o horizonte.

O meu coração gira mundos, mesmo quando o mundo gira.

Sou poeta da estrada,

Do tempo,

E no relento evoco o amor em canções de viajantes.

Minha alma cigana se engana: o tempo não para!

Escrevo porque a palavra em mim é ternura!

Amor de Manhãs Frias!


O dia amanheceu e uma névoa desfez o orvalho.

O que era gota na planta agora é lágrima na pétala.

Nem só de vento viverá um homem,

Sua vida será feita de poeira e saudade.

Eu sempre quis ter na vida asas para voar pelo mundo afora,

O fato é que isso me remete a um tipo de amor que eclode na infância.

Fogo a lenha, inverno, andar entre as leiras na lavoura e a chuva.

A palavra “brincar” é mágica em mim, toca os sinos de um amor junto à igrejinha.

Dessas de cidadezinhas que a gente passa e sente saudade.

Há sempre um espaço lúdico no lugar do amor.

A minha Nana se foi e levou consigo o amor.

Na minha vida o amor não permanece quando vem.

As manhãs sempre se vão.

Acho que minha vocação é o silêncio.

Sem amor e sem as manhãs de ventos frios e calmos o que fazer?

Nada! A poesia em mim se recolhe até que o Sol se ponha outra vez.

Nada como encontrar o amor onde a culpa não seja a única verdade.

Eu aprendi um dia que o amor lança fora o medo.

Doce ilusão! Há coisa mais dura que amar e nada poder?

O amor é poesia que em mim se eterniza sem medo, sem culpa.

O amor em mim é só saudade.

É sentimento ruidoso feito ruas solitárias de outonos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Brava Gente Brasileira!



A gente simples deste país é gente boa.
Gente que padece e suportando espera.
O que espera esta gente? Um país melhor, mais gentil e mais digno.
Nosso povo não só espera, vai à luta.
Sonha com melhores políticos e uma cidade limpa, livre dos ratos.
Esta gente brasileira trabalha por um salário de miséria.
Por aqui, comer, viver, ser, possuir é mais caro que em qualquer outro lugar.
Neste país esfola-se, espolia-se, rouba-se e mata-se rindo.
É que “a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte”,
Cantou um dos nossos poetas protestando.
Eu disse, "protestando" e não "protestantes".
Esses últimos estão calados, sussurrando o pregão da bolsa
Ou como Judas cuidam da bolsa.
O leilão da fé está em todas as esquinas.
O Cristo é vendido vivo ou morto a três por dois.
O perfume aos pés do Cristo quem derrama é a pecadora.
Vivemos numa geração de profetas mudos.
A gente brasileira é forte.
Agüentar a tudo isso calada, só sendo mesmo uma brava gente.
O brasileiro finge não ver, prefere o açoite a usar a sua força.
Os santos daqui são de gesso, pau e pedra, pintados de ouro.
Mas o pau continua oco, enquanto o ouro da terra é levado para o mar.
Esta gente sonha com melhores dias, salários, sacerdotes, poetas, bóias-frias e melhores vizinhos.
Há vizinhos mais caros, que fazem samba num panelaço, amarga desventura.
A morte se avizinha e as avezinhas sobrevoam o prado.
A escravidão ainda existe, bem aqui ante nossos olhos cegos.
O escravo de hoje chama-se: povo pobre brasileiro.
A escravidão já não depende mais de cor, basta nascer sem a sorte da nobreza.
Amo o Brasil da diversidade; o Brasil da desigualdade social e racial.
O Brasil que é Pátria amada é imenso, mas a mãe gentil ainda está por nascer.
A gente desta terra é criativa, mas tem um tom de beleza ingênua.
É honroso ser brasileiro em qualquer lugar do mundo, menos no Brasil.
Ser tupiniquim é vergonha quando sabemos que os ladrões são os da própria terra.
A nossa gente vive na corda bamba e chama a issso de arte cênica.
No picadeiro vivem os palhaços no circo dos partidos que partem a nação. Bando de sem-noção.
Nossa gente é heróica, é guerreira e nao sei como subsiste.
Nossa gente, nossa música, nossas terras, nossa culinária e fé.
Nosso jeito, nossa dança, nossa arte e nosso amor.
Esta gente merece uma melhor nação, saúde, leis e educação.
O que há de melhor no Brasil que a sua gente?
O que há de melhor no Brasil é o brasileiro.
Os abutres e as hienas da corrupção desgraçam o direito do nosso povo.
Que se erga um cadafalso para cada falso cidadão.
Que a esperança brote em verso , vida e flor.
Que seja ela o mote do nosso gesto, do nosso grito e sonho.
Ainda cremos num país de justiça, repeito e honra.
Dias melhores virão!
Do contrário, não haverá país algum.
Nada que valha a pena ostentar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Melodia da Poesia!




A música é infinita como infinito é o amor.
A poesia segue a música e o amor, enquanto o poeta sente o mundo.
A melodia do tempo é o som do vento que passei arrastando as folhas.
Tons de outono emolduram minha alma que levita por ai.
O segredo do silêncio é sentir os átomos,
Perceber o perfume das flores e ter do que sentir saudade.
Meus pés caminham sobre as nuvens enquanto as aves sobrevoam o mar.
Sinto-me fragmento de um universo que é maior que eu.
Sou escultor das palavras,
Esculpo a mim mesmo, enquanto minhas mãos acariciam a massa da espera.
O que espero? Espero a luz do Sol sob o frio do inverno.
Espero que os homens se tornem mais amores.
Flores de uma manhã que já vem.
Espera minha e de muitos.
A música ainda toca o amor em versos feitos para solfejar.
A minha poesia é feita de melodias do espírito.
O que sou? Apenas leveza. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Poeta Por Acaso.



Já cansado, boceja o Sol nas manhãs frias do inverno.
A poesia ainda não me ocorreu na alma e na garganta, um pigarro de sabores antigos, velhas saudades.
O que possui um poeta? Uma alma para percorrer poesias e dar sentido aos mundos.
A poesia antes de ser posse dos poetas, pertence aos deuses.
Além da alma o poeta nada possui. Não é sua a poesia.
Nem quando nasce, nem quando lhe acontece perceber os sentidos.
Depois que a escreve, deixa de ser objeto de seu pertencimento.
É do mundo, é dos outros e é de todos.
O poeta só possui a vocação de ser canal por onde a poesia percorre,
Ele é um cozinheiro que arruma os temperos e dá sabor às idéias.
Como escrevo poesias? Não sei dizer, eu só sei sentir.
O poeta é aquele que sente. Ele ausculta os deuses e escuta os mundos.
O poeta é aquele que sabe ver. Sem os olhos o poeta é mudo.
Tudo que um poeta precisa é de caneta e papel.
Tudo que o mundo precisa é de poetas e de almas sensíveis.
Amo as coisas sensíveis, por isso como algodão-doce.
Por isso cheiro as flores.
Por isso cuido da menina dos olhos.
Por isso respeito às mulheres,
Amo as crianças,
E ouço a música de Bach.
O meu coração de poeta é menino que procura o mimo do amor.
A poesia não me pertence, passa por mim, toca-me e segue o seu destino.
A minha poesia não é minha, pertence à alma do mundo. Sou poeta por acaso.
Eu apenas empresto-lhe minhas mãos, o meu olhar e minha pele sensível.
Poetizar é estar inoculado pela divindade.
Nesse caso, o poeta é a síntese entre ambos os mundos: físico e metafísico.
O Sol descansa as suas pálpebras; a noite é vinda.
O último a sair, por favor apague as estrelas.
Caso queira deixa somente a Lua acesa no abajur da saudade.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quando a estrada ensina!


Eu sinto as esporas do tempo afligirem a minha alma.

Nesta vida eu fiz de tudo um pouco.

Fui leiteiro, entregador de flores e cantei na rua tocando latas de tinta.

Fui pastor de ovelhas com cajado e tudo e alimentei aos porcos.

Andei por ai inventando alegrias, pois era tudo o que eu sabia fazer.



Eu contei prosa à beira da fogueira,

Comi carne assada sobre a lenha, assei milho e castanha.

Ao som da sanfona e da zabumba dancei, junto ao fogo.

Quem poderá esquecer os dias de quando a alma em leveza se fez amor?

Soltei balões, bombas e chuvinhas, enquanto meus olhos alvejavam as estrelas.



Eu sinto saudade de um lugar que não existe mais.

Tenho medo da quietude, quando esta significa a ausência de quem amo.

Eu amo a estrada, quando esta me devolve o mundo.

“A estrada ensina”, disse um poeta sertanejo montado em seu cavalo de duas rodas.

O perfume da caatinga exala e o aroma, feito de amor, coragem e simplicidade me entorpece.



Não sou eu quem percorre a estrada, esta é que me atravessa a alma para o sem-fim.

Os mundos que habito em mim nem se comparam com o que pisam os meus pés.

Um caracol se faz leal ao seu casulo, por onde anda leva-o a leveza.

Transporto os meus no intuito de fazer-me abrigo para alguém.

Eu sinto que a vida é um mapa para descobridores como eu, que amam cruzar suas linhas.