segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Amor de Manhãs Frias!


O dia amanheceu e uma névoa desfez o orvalho.

O que era gota na planta agora é lágrima na pétala.

Nem só de vento viverá um homem,

Sua vida será feita de poeira e saudade.

Eu sempre quis ter na vida asas para voar pelo mundo afora,

O fato é que isso me remete a um tipo de amor que eclode na infância.

Fogo a lenha, inverno, andar entre as leiras na lavoura e a chuva.

A palavra “brincar” é mágica em mim, toca os sinos de um amor junto à igrejinha.

Dessas de cidadezinhas que a gente passa e sente saudade.

Há sempre um espaço lúdico no lugar do amor.

A minha Nana se foi e levou consigo o amor.

Na minha vida o amor não permanece quando vem.

As manhãs sempre se vão.

Acho que minha vocação é o silêncio.

Sem amor e sem as manhãs de ventos frios e calmos o que fazer?

Nada! A poesia em mim se recolhe até que o Sol se ponha outra vez.

Nada como encontrar o amor onde a culpa não seja a única verdade.

Eu aprendi um dia que o amor lança fora o medo.

Doce ilusão! Há coisa mais dura que amar e nada poder?

O amor é poesia que em mim se eterniza sem medo, sem culpa.

O amor em mim é só saudade.

É sentimento ruidoso feito ruas solitárias de outonos.

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