O dia amanheceu e uma névoa desfez o orvalho.
O que era gota na planta agora é lágrima na pétala.
Nem só de vento viverá um homem,
Sua vida será feita de poeira e saudade.
Eu sempre quis ter na vida asas para voar pelo mundo afora,
O fato é que isso me remete a um tipo de amor que eclode na infância.
Fogo a lenha, inverno, andar entre as leiras na lavoura e a chuva.
A palavra “brincar” é mágica em mim, toca os sinos de um amor junto à igrejinha.
Dessas de cidadezinhas que a gente passa e sente saudade.
Há sempre um espaço lúdico no lugar do amor.
A minha Nana se foi e levou consigo o amor.
Na minha vida o amor não permanece quando vem.
As manhãs sempre se vão.
Acho que minha vocação é o silêncio.
Sem amor e sem as manhãs de ventos frios e calmos o que fazer?
Nada! A poesia em mim se recolhe até que o Sol se ponha outra vez.
Nada como encontrar o amor onde a culpa não seja a única verdade.
Eu aprendi um dia que o amor lança fora o medo.
Doce ilusão! Há coisa mais dura que amar e nada poder?
O amor é poesia que em mim se eterniza sem medo, sem culpa.
O amor em mim é só saudade.
É sentimento ruidoso feito ruas solitárias de outonos.
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