quarta-feira, 1 de abril de 2009

As Quatro Estações



À tardezinha as aves rumam em bando para sul,



E com elas rumam meus sonhos e minha alma adolescente.



O que para trás fica de mim, sorve a poeira da estrada do desejo.




A noite esconde o olhar que sente saudade,



A penumbra recolhe o anseio,



A solidão afugenta o abraço.




De manhãzinha, o norte espera as mesmas aves que se foram no dia anterior,



E eu, aqui, quedo em mim as manhãs de primaveras,

Os fins de tardes de outonos de folhas avermelhadas ao chão,

A ternura de verões de calor e sabor intenso de sorvetes de morango,

sofro a nudez de invernos sem lã, sem afeto e sem o olhar que mareia os olhos,

Ao som das melodias de Vivaldi, companheiro do amor e da vida.

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