O homem teme a morte que o ameaça diuturnamente;
O não-ser é o fim da linha do trem de sua existência,
E existir é sua mais profunda necessidade.
A morte pede carona todos os dias na embarcação da vida;
A vida viaja no bonde da ilusão e viceja na relva da ternura;
Sua cor é azul, seu tom é de um branco amor;
Vida breve é vida sem carinho.
Vida breve senhor,
É aquela que se desfaz quando quem a gente ama vai embora.
Viver é nosso maior dom, a nossa mais profusa vocação.
Eu vivo,
Pois, vivendo amo a vida e as pessoas que passam.
Da janela lateral do meu medo vejo a sombra do passado.
Sinto em mim a dor de quem partiu,
De quem partindo, partiu-me em pedaços.
Somos como as árvores: morremos várias vezes no ano;
Todos os dias caem as nossas cascas.
Ontem eu morri,
E me pergunto hoje: que lugar é este que estou?
Não sei dizer, deve ser qualquer lugar entre a saudade e a esperança.
Ontem eu morri,
Morri porque sou semente,
Sou grão de trigo nascido na estrada;
“Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica só, mas se morrer dá muito fruto”;
Sendo assim, sou grão somente.
A morte já não pode matar que vem de outras mortes para a vida.
A vida que vivo agora é a única possível de se viver,
A vida que gente como eu,
Que vence a morte, a perda e a solidão,
Sabe que tem que viver,
A vida que se renova na ESPERANÇA.
Um comentário:
Bravo!!!!Fabuloso!!!
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