quinta-feira, 2 de abril de 2009

Morte e Vida





O homem teme a morte que o ameaça diuturnamente;

O não-ser é o fim da linha do trem de sua existência,

E existir é sua mais profunda necessidade.


A morte pede carona todos os dias na embarcação da vida;

A vida viaja no bonde da ilusão e viceja na relva da ternura;

Sua cor é azul, seu tom é de um branco amor;

Vida breve é vida sem carinho.


Vida breve senhor,

É aquela que se desfaz quando quem a gente ama vai embora.


Viver é nosso maior dom, a nossa mais profusa vocação.

Eu vivo,

Pois, vivendo amo a vida e as pessoas que passam.


Da janela lateral do meu medo vejo a sombra do passado.

Sinto em mim a dor de quem partiu,

De quem partindo, partiu-me em pedaços.


Somos como as árvores: morremos várias vezes no ano;

Todos os dias caem as nossas cascas.

Ontem eu morri,

E me pergunto hoje: que lugar é este que estou?

Não sei dizer, deve ser qualquer lugar entre a saudade e a esperança.


Ontem eu morri,

Morri porque sou semente,

Sou grão de trigo nascido na estrada;

“Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica só, mas se morrer dá muito fruto”;

Sendo assim, sou grão somente.


A morte já não pode matar que vem de outras mortes para a vida.

A vida que vivo agora é a única possível de se viver,

A vida que gente como eu,

Que vence a morte, a perda e a solidão,

Sabe que tem que viver,

A vida que se renova na ESPERANÇA.

Um comentário:

Zilda Amorim disse...

Bravo!!!!Fabuloso!!!
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