quinta-feira, 30 de abril de 2009

Paijelança (Pajelança)




Elas estavam lá quando nublou o céu,
Meu espírito aventureiro anunciou-me a festa vindoura,
Alegria de mim repartida entre nós,

feito pão da ceia,
Da última ceia que o Senhor deu aos seus amigos.

Eu estava lá, era eu mesmo,

Sem nós pelas costas,
Alegria feita gente, carne e osso de vidas que se amam,
Uma só carne de amores eternos;
Chuviscos frescos na pele molhada pelas águas de Deus.

Elas mal esperavam aquela repentina atitude;
A casa quente e sólida não pôde conter o corpo que se esvaiu;
Pés ligeiros, alma saltitante, feito índios na dança da chuva,
Eu saí sorridente abraçando o vento,

Pajelança de quem toca a canção da alegria ao coraçao de Deus.

Seus olhos brilhavam, enquanto me viam,

Sedentos por eternidade,
E eu, fiz-me forte ante o tempo que me roubara a infância;
Seus pés seguiram os meus sob as gotas da chuva, a qual em amor,
Regou o amor, a vida e eternizou o instante.

O quintal parecia os de outrora;
Corpos molhados, olhos lacrimando e a alma anelante adejava.
Elas gritavam enquanto banhadas pela ternura do meu olhar,
Dançamos juntos, olhos inundados por gotas e lágrimas,

Na chuva, enquanto eu presenteava o amor.

Aquelas horas jamais serão esquecidas;
Talitha, Tábatha e eu, correndo na chuva,
Algazarra de meninos que sorvem o tempo;
Paternidade feita afeto,

Flores eternas postas em vasos de barro.

Para nós o tempo não pára,
Mas para que o tempo se a eternidade estava ali,
Ao estender das mãos,

No fundo do quintal?
Nós três e Deus, dançando na chuva.


Um comentário:

Roberta disse...

cri"...E foi assim que eu descobri que o meu pai
com seu jeito finito de ser Deus
Revelava-me Deus
com seu jeito infinito de ser homem."
Um abraço..e que o Senhor te dê sabedoria para conciliar suas atribuições ministerial..com o desfrutar de momentos especiais com sua familia..
Roberta