quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO!




O ano acabou e o sol permanece o mesmo.
Aliás, eu sempre notei que as coisas essenciais não mudam;
Mudam-se os anos e as pessoas, mas elas permanecem inalteráveis:
A lua, o mar, o vento, as flores, o céu azul, o ar que respiro e as amoras.

Odres velhos não suportam vinho novo.
A novidade da vida é flor que viceja no campo.
O ano que se foi é sempre um odre rompido.
A vida eclode fazendo rasgar o couro de dias idos.

O ano novo tem que ser odre novo.
Vivê-lo só será possível como vinho novo.
Embora eu saiba que odres novos suportam vinhos envelhecidos,
o meu coração aos quarenta quer sossego e transparência.

Quero me desfazer dos odres velhos que desperdiçam o vinho.
Estou cansado de pessoas quebrigam por nada.
Nada mesmo! Apenas lutam contra suas próprias vidas amarguradas,
Como não podem desferir golpes contra si mesmas,
tampouco assumem seus fracassos: pão de cada dia comido no prato da angústia,
Esmurram os outros, vingando-se nestes o que tentam matar em si mesmas.

Eu quero amadurecer em paz,
Viver meus dias de bem com a vida e aliado aos que amo.
Quero viajar,
Sonhar,
Escrever poemas de amor,
Compor canções de esperança,
Aninhar-me entre abismos, nos braços de quem me deseja amar.

Sou pássaro livre,
O universo me possui: sou cidadão do mundo.
Universal como sou, não quero a ninharia dos que não amam.
Quero a grandeza dos que realizam sem destruir nem pisar os outros.
Quero voar,
Quero escolher,
Conhecer pessoas, lugares e histórias emocionantes.

Quero ser lido,
Ser lembrado,
Ler bons livros,
Ver bons filmes,
Ouvir boas canções,
Amar sem restrição a tudo que é digno de amor.

Quero ser vinho novo em odres novos,
Mas ser vinho velho para odres antigos e fortes.
Quero a ternura de dias frios de sois brandos.
Quero o acolhimento das adegas da vida onde Deus é afeto.
Quero a família alegre,
A alegria pintada na tela da realidade sem receios,
A leveza de manhãs de jardins floridos nas janelas.

É isso mesmo!
Eu quero viver sem opressão, ansiedade ou culpa.
A religião dos que amam sem medo. Dos que são autênticos.
De um Deus mais humano que o pintado pelos que se pensam divinos.

Eu falo.
Eu não calo no meu grito o falo de uma religião sem alma.
Que vive da dor dos incautos.
Eu falo.
Porque calado consumo minha essência enquanto construímos o nada.
ponte estreita posta sobre o rio da vida que separa abismos.
Quero a religião de Jesus: o Cristo.
Onde o altar é a vida e onde a fé é grão de trigo que morrendo, renasce,

Ele não gritará na praça,
Nem apagará o morrão que fumega.
Nem esmagará a cana quebrada.
Quero olhar o pobre com mais brandura.

Neste novo ano me proponho a ser, eu mesmo,
Um vinho novo transbordando do odre que se envelhece.
Quero a fé que me levanta e que levanta alguém: os que se sabem caídos.
E que como eu, já não querem a disfarçatez de uma vida sem verdade.

Quero andar com Deus na medida que sua graça me permite,
Sendo ele mesmo a meu favor e eu o seu amigo.
Caminhada solitária e fecunda onde os pés grávidos do futuro caminham.

A todos os que lêem este poema um Feliz Ano Novo!

Um comentário:

Unknown disse...

Um grande 2010 para o senhor,e sua família.Que Deus esteja sempre ao seu lado. Um grande abração robério. Que Jeusus te conserve assim,sincero e sem rodeios e sem mercantilizar a palavra de Jesus,parabéns e Glória a Deus.