Leva a vida que se impõe soberana.
A larva leva a leve brevidade de si.
Seu casulo é sua morada: crisálida.
Lepidoptera, efeito borboleta em mim no caos da existência.
Eu amo as borboletas quando voam.
Admiro as que batem as asas despedindo-se do medo.
A rubi, a azul e a coruja me arrancam sorrisos.
A monarca, a vice-rei e a africana soam-me supremas.
A púrpura é o alter-ego da Glória esplendor de si mesma.
A folha, a branca e a bicuda, ocupam em mim lugar no espaço.
A lagarta é lugar comum de todas elas, mas é na beleza que todas findam a vida.
Borboletas enfeitam jardins e estes não subsistem sem poemas que voam,
Sem poetas que dancem na chuva.
Os poetas são como as borboletas, tecem em silêncio o seu próprio destino.
O casulo dos poetas é a angústia, sua metamorfose finda em poemas belos de amor e exuberância.
A coronilha, a da praia como os poetas, metamorfoseiam no escuro, à luz de si mesmas,
Sob o manto do luar vêm-se suas asas douradas,
Ao sol que raia sobre as flores pousa a rosa-de-luto.
Na existência, nua e crua o poeta se sabe lagarta,
Parado ali,
Calado ali,
Mas, em seus versos sua dimensão borboleta acontece para a vida: bela e colorida.
As borboletas me encantam nas primaveras alegres do agreste sertão.
Delas, eu insisto quero apenas o vôo, a liberdade, a beleza e a inocência.
Uma borboleta, uma vida, uma larva: ressurreição.
Tudo nasce, morre e renasce em torno de uma existência casulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário