sábado, 8 de outubro de 2011

Simplesmente Amor!




Como definir o amor? Não sei ao certo.
...
As palavras não são suficientes.
Os atos nem sempre são tocados por ele.
O amor é essa imensidão em mim de sentir e pouco saber dizer.
Tudo em mim se cala quando o amor acontece.
Há uma diferença enorme entre amar e ser amado.
Entre o amante e o ser amado.
Quando amados somos alvos da ternura que totaliza a quem ama.
E quando amantes nos doamos essencialmente em vida, caule e flor.
Eu defino o amor como aquele sentimento que nos desloca do mundo real.
Quando amamos ou somos amados a atmosfera muda.
O mundo lá fora é simplesmente esquecido.
As horas param e sentimos uma leve sensação da adentrar a eternidade.
Há certa irracionalidade no amor.
Nele não há lógicas comensuráveis, há a fragrância de corpos que se fazem flores.
O amor plasma no corpo o que somos em espírito.
O amor nos coloca ao avesso. O outro lado de nós, o de dentro, eclode.
A criança que nos habita ressurge e assume o leme do universo.
Somente no amor somos como Deus.
Deus é amor e amar não é algo que se faz na excentricidade.
Quando amamos nos tornamos puro amor.
No olhar,
No toque,
No abraço,
No beijo,
Na simples compreensão.
Às vezes o amor é refletido no silêncio.
Acho que por isso Neruda disse,
“pois o amor é feito espelho: tem que ter reflexo”.
O que reflete o amor? Deus, simplesmente Deus em qualquer instância.
Amo porque amar me traz lucidez.
O amor é ato.
O amor é sentimento.
O amor é transcendência.
O amor é criação.
O amor é ambíguo: forte e sensível.
Amar é musicar a vida.
É encher de melodias leves as horas que passam nossos corpos voláteis.
Amar é viver a primavera em qualquer das estações.
Amar é escrever poemas belos para a alma anelante.
Laure Conan tinha razão: “nada é pequeno no amor”.
Eu gosto das frases: “Deus é amor” e “Porque Deus amou o mundo (cosmo) de tal maneira que deu...”
Quando amo, me torno invisível para que Deus seja visto.
Gosto do amor na forma crística: “tendo amado os seus... amou-os até o fim”.
O amor é cumplicidade.
É aliança.
O amor é apego no desapego.
O amor existe para o caos do outro.
Amar é existir para os outros existindo para si mesmo.
Ele me faz soerguer-me das minhas próprias ruínas.
O amor é útero. É colo que acolhe.
O amor é parto sem fórceps.
O amor não aborta.
É aquilo que nos toca incondicionalmente.
Amar é saber ver com o outro o mundo de símbolos e cores à nossa volta.
Victor Hugo tinha razão: “morrer de amor é viver dele”.
Eu acho que o amor é iridescente, é multicor e multifacetado.
Eu amo as estrelas, o mar, o Sol e as flores quando brotam.
Amo o inverno quando as gotas fazem brotar cachoeiras.
Eu amo os espaços onde crianças brincam felizes.
Amo ver a beleza do mundo: os desertos, as florestas, as montanhas, os vales e as marés.
Eu amo a justiça, a flora, a fauna e a misericórdia entre os homens.
Amar é de alguma forma, vestir-se da divindade.
Quem ama toca o sagrado, o divino e a sublimidade da vida.
Eu amo porque amar é a única forma de dar sentido à existência.
O amor é belo, é arte, é poesia.
Eu gosto do amor entre as amoras e os mares de marés vazantes.
Amar é dar ao outro o direito de ser ele mesmo.
É cobrir a nudez.
Amar é dar ao outro a mesma medida que se dá a si mesmo.
Amar é promover a paz,
Estabelecer o respeito,
Erigir a dignidade na relação Eu-Tu.
O amor é o caminho mais nobre que os homens podem andar, enquanto peregrinam na terra.
No amor não há culpa.
Não há ódio e nele se esvaziam os horrores da guerra.
O amor é saudade. É ternura!
É alegria e boa vontade.
O amor é tudo que me faz silente e me verte risos e lágrimas na emoção.
Eu não saberia descrever o amor.
Quem o saberá sem dele estar distante?
Foi Drummond quem disse:
“Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis”.

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