quinta-feira, 4 de junho de 2009

Feixe de Luz




Uma porta se abriu num feixe de luz, ante o meu olhar atônito,
Absorto, fiz-me silêncio num instante eterno,
Fragmento de uma alma que espera a primavera chegar.
O tempo não estava ali,
O presente, virando fumaça, desfez o medo que caminhava ao lado.

Era apenas uma luz, numa explosão de cores e formas,
Energia que na leveza flutuava meu ser num vôo para a vida.
Meu sorriso iridescente viajava numa correnteza de raios, gamas e sombras,
Ondas feitas no movimento do calor do amor que se dá em plena escuridão.

O olhar que reparte mundos se deixa notar,
Partículas de mim que navegam na luz e brilha leve entre as nuvens.
Caminho da terra do nunca,
Onde só os meninos perdidos sabem chegar.

Viajar na luz é dissipar-se das trevas,
É viver na clareza de si e para si, sem negar-se a imprevisibilidade,
Andar na luz é despir-se ao crivo do olhar do outro,
É viver sem sombras.

A luz meu Senhor, seja ela qual for,
É sempre um lugar de espelhos e vidros transparentes,
É lugar da verdade a favor ou contra nós mesmos,
A luz é a estação da alma que se sabe a espera do trem do amor.

Uma porta se fechou do outro lado da luz,
Sem querer sair, vi despencar meu corpo no abismo da realidade,
Máquinas estridentes, sons diversos no universo paralelo,
Carros, vozerio de pessoas que sequer notaram minha ausência,
Quântica de mim, estacado entre muros de mundos distantes.

Ah! Antes que eu me esqueça,
O último que sair, por favor, apague a luz,
Mas deixe uma janela aberta para o luar clarear o quarto
Escuro de onde vejo as estrelas.

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