segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Pouso Do Amor!


Os meus olhos querem o Sol do sertão.
E do ser tão só querem a solidão e uma taça de vinho, dos vinhedos maduros.
Do Porto. De onde as caravelas rumam por desertos de oceanos.
Eu quero o Sol de fim de tarde, quando se desperta a saudade e a candura.
Pôr-do-sol de sóis de olhares sós em terra de poeira branda.
Entre os galhos retorcidos da catinga, pousa um pássaro.
Tão frágil e tão encantador.
De onde vem?
Para onde vai?
Por que ali, ante os meus olhos entre grades?
Sua liberdade me incomoda enquanto me instiga.
Altera-me o ânimo e eriça-me os tecidos da alma.
Eu queria ser uma ave, dessas coloridas e raras que sobrevoam por ai.
As aves às vezes, seguem os raios de luz e à noitinha descansam à sombra do véu estelar.
As estrelas estão ali irrequietas. Cintilantes!
Como o amor as aves se aninham quando perdem a visão das coisas.
Os olhos do amor nada vêem na escuridão.
O amor é feito para as coisas claras, límpidas e sob sóis que iluminam os sonhos.
O amor é assim, apenas voa por ai, e pousa livremente onde quer.
O amor é ave que busca o olhar entre arbustos.
O olhar busca o Sol que viaja amando a Lua.
Do outro lado da Lua há um mar.
Uma ave pousou. Está ali nos arbustos entre o Sol e o olhar. Silêncio; não perturbem o amor!

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