terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cogito


Hoje respingos da chuva caíam no olhar de quem amanheceu com a aurora.

Aspersão sob a brisa fresca que vinha do mar e torneava a face anelante.

Minha alma teima em amar o mundo, esse sem fim que no fundo finda.

Grutas abertas para pés curiosos desvendarem o amor, a beleza e a vida.


Há dias que são apenas quietude,

Estes, gestam as horas medonhas do amanhã,

Enquanto desvelam o novelo de fios que se enrolam multicor.

Temo o amanhã quando não se há esperança.

Temo manhãs sem sois e sem sombras.

Temo as manhas de homens subreptícios: sub-homens.

Temo não haver amanhã, nem manhãs e amanhã,

Só as manhas dos encantadores de serpentes.


Se sou vento, sou ligeiro,

Se sou mar, habito o mundo,

Se nada sou, logo existo!

Pensar já não é mais a condição da minha existência.

Existo onde não penso,

Cogito onde sou apenas silêncio e expressão.

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