Ontem eu vi Suassuna cantando:
“... Ao redor do buraco, tudo é beira”.
Entre abismos é que a gente entende o que é a vida.
Os buracos existem, o que faltam, são as beiras.
Parte de mim se agarra ao que pode para sobreviver,
A outra, quer saltar no escuro, no espaço da felicidade.
Mergulho profundo no fosso do tempo.
O relógio marca 14:35 e minha alma pendurada nas encostas
Tece o fio que faz a noite desejada ancorar.
“Ao redor do buraco, tudo é beira”.
Daqui avisto os mares de mim de marés freqüentes.
Ah! Que bom sentir o aroma de amoras maduras.
Sinto o cheiro do inverno que já vem chegando.
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