sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sol Do Teu Olhar




Se o sol vem hoje?

Eu já não sei mais nada sobre os astros.

Minha alma alada destila favos de mel na rota dos cometas.

As nuvens estão aí, imponentes e alvas como algodão-doce.

O olhar é bandido às vezes, sabe roubar a pétala sem matar a flor.


Ontem foi um dia calmo, o alfinete esbarrou no dedal sem dor.

Daqui da minha janela vou tecendo à agulha e linha a minha história.

Sabiás pousam nas laranjeiras, ali onde a terra molhada é desejo.


Se o sol vem hoje ainda?

Não sei dizer; a chuva meu senhor é de verão,

Mas as águas são de março.


Não importa se o sol não vem,

A alma também precisa da noite, da neblina e da escuridão.

A alma é afeita ao céu nublado, quando o amor renasce ou fenece.


O amor é como flor de jardins selvagens,

É preciso um pouco de tudo:

Do sol, da noite,

Dos raios solares e dos outros raios,

Do ar, da brisa leve,

Da quietude e das sombras,

Do silêncio, da ternura e da calmaria,


Mas acima de tudo ela precisa

Do olhar que se encanta porque simplesmente ama.


Se o sol vem hoje?

Não sei dizer.

Do que importa o sol se teu olhar Senhor é a única luz que me aquece agora?

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