sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Se Eu Amo?




Se eu amo?

É claro que amo...

Amo a vida, amo o verde, amo amar.

Amo o mar aberto onde oceanos traçam rumos nas correntes marinhas.

Amo a poesia dita em silêncio,

Amo a porta entreaberta na espera do trem que leva a dor para longe,

Amo a simplicidade,

Amo o sorriso ingênuo e puro,
Amo a lágrima que rola a palavra nao dita.


Se eu amo?

É claro que amo!

Eu não saberia a vida sem amor.

Amor de mãe é amor que ensina amar.

Se eu sei amar, só o sei nesse e por esse amor.

O amor dona, é como esquilo ligeiro que se escamoteia entre as folhagens.

É olhar de menino tímido que foge enquanto deseja ficar.
O amor é plumagem macia,
É pele tocada na aceitação irrestrita.


Se eu amo?

É claro que amo!

O que seria de mim não fosse essa possibilidade?

Amo do meu modo.
Amo no meu mundo,
Amo no meu medo,

Do modo que amam os colibris.

Amo a cria,

O dia,

A noite,

O silêncio,
A chuva,
O horizonte,

Amo sim...

Quem disse que não amo?

Se amar é a única coisa que justifica a minha existência

Nessa tola inexistência de ritos, códigos, símbolos e velas acesas.

Se eu amo?

Amo e como amo...

Amo até demais...
Amo o amanhã – mera incerteza.

Amo o ontem – doce ilusão.

Amo o agora – tórrido tormento.

Amo saber que Deus é amor e que no final tudo se fundirá e findará Nele.

Se amo, já não preciso explicar-me.

Pois no amor o silêncio é a palavra que cala a angústia.

No amor se expurga a culpa, o ódio e verdade grávida mentira.
Amo, porque amor é ato puro,
Amo mesmo quando penso que nao amo.
Insisto em amar,
Resisto amando,
Amando sobrevivo.


O amor meu Senhor é isso mesmo:
Um beijo roubado no rosto sujo de lama.

Nenhum comentário: