sábado, 13 de fevereiro de 2010

As Pontes De Pontevedra








Pontevedra – Espanha 13/02/2010


A ponte de Pontevedra atravessa o mar da saudade.

Meu olhar cansado renova-se ante o fio da lâmina do tempo.

Mar de mim de amores meus que ancoram junto ao cais.

A embarcação da luz ilumina o vento que consome as horas.

Aqui está frio e um amigo encontra-se no abraço terno.


A ponte de Pontevedra atravessa a Galícia que descansa solitária.

As ruas desertas contrastam à minha Salvador povoada por pés festivos.

O carnaval daqui é puro inverno;

Arde a pele que anela o sol que quase nunca vem.

Esse tíbio carnaval daqui parece mais aos folguedos da Independência de lá.

Uma espécie de Sete de Setembro regado ao axé baiano.

Combinação próxima a chocolate-quente com algodão-doce.

A beleza da cidade habita o meu olhar sedento por novidades.

A mesa posta,

O altar acesso,

Enquanto a fumaça anuncia o sacrifício de amor.

Sinto-me em terra de pedra fria onde a fogueira aquece o pão.

A ponte continua ali e eu da terra vou seguindo a estrada que o avião deixa no céu.

Minha alma asilada procura o caminho da Compostela,

Aonde a história e o poeta fazem surgir o verso que cala a alma do mundo.

Carlos e eu, fagulhas de Deus entre a dor e o ardor que nasce e morre na alma de quem simplesmente ama.

Assim, desse modo, seguimos num mergulho profundo para o ignoto.




A ponte de Pontevedra está ali e eu, logo cruzarei o oceano em silêncio.

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