segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Desespera a Espera




A dor da espera dói intensamente.

Desespera a dor da espera.

Esperar é uma tarefa que irrequieta a alma.

Faço de tudo para não ter que ficar ali aguardando o que parece não vir.

Venço as horas,

Sinto o suor frio rolar na face,

Calo,

Grito,

Assobio,

O corpo parece não agüentar o tic tac que desperta o cuco.

Desespera a espera que mina a existência anelante.

A alma quer certezas,

A mente sossego.

Um monólogo constante anuncia a beligerância.

Desse modo entendo a divisão do ser.

Minhas fronteiras: terra cujo odor de urina demarca territórios.

Na espera o meu ego é apenas vulnerabilidade.

De um lado o superego grita sua jurisprudência,

Do outro o id ergue a clava forte da liberdade.

Eu já me sei desespero só em pensar em esperar.

Espero pelo que não vejo,

Vejo o que não quero esperar,

Sofro,

Penso,

Assobio,


Estou qual cais que esperam as naus voltarem nos fins de tardes,

Minha sombra me assombra.

E assim, em silêncio,

Dou-me ao cicio do vento,

Brisa leve que ancora à paz do meu ser.

Desespera saber que a hora não passa,

Em mim, mesmo que eu não queria a guerra já está instalada,


O tiro já foi deflagrado.




Nenhum comentário: