quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quero Tocar o Sol


Hoje está tudo neblinado em mim.
Os versos não vêm e minha alma caminha com um pastor em Andaluzia.
Tudo parece parado e uma ponta de angústia esgueira-se nos escombros de mim.
Sinto-me castelo desabrigado,
Espelho sem imagens e ruas desertas de outonos frios.

A névoa arrasta as folhas secas caídas de árvores amareladas.
Como um menino desejo tocar o sol, amarelo-ouro.
Minha “Lenda Pessoal”, como disse Coelho, é minha fantasia.
Meu sonho é seguir as gaivotas em vôos longínquos.
Eu anelo as coisas impossíveis visto que as possíveis se exaurem.

Não sei por que os poetas almejam os sóis.
No sol abrigo minha alma de sonhos,
E o menino em mim corre saltitante por ai.
O sol desnuda a noite enquanto sua luz clareia os olhos.
Longe do sol tudo é escuridão e o os olhos ficam opacizados.

A luz do meu olhar espera o sol e este é puro anseio de um olhar.
Sou solstício em manhãs de aromas de flores primaveris.
Quero do sol a luz, a cor e o douro do olhar.
Quero o calor que aquece a pele e de quebra sua sombra ao mar.
Não quero nada além da vida que em esperança nutre o amor.

O que quero é tão pouco.
Eu quero é paz, alegria e uma porção de sonhos.
Os sonhos dão sentido ao mundo e se há vida, há sóis para serem vistos.
Quero o sol nas montanhas,
Nas campinas, nos vales e onde quer que o amor em mim possa brilhar.

Do meu mundo eu avisto o sol.
Sou ternura que cavalga ao lado de ribeiros que despencam abismos.
Temo a noite quando a lua é minguante.
Minha alma ama a lua quando cheia que declara o sol que brilha intenso.
Temo o lado escuro da lua ou sua face oculta quando oculta o sol.

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