quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Leveza
Uma canção ecoa distante,
Mas a minha alma percebe-a tão perto.
A La Traviata de Verdi,
Um convite à liberdade.
Caminhos se formam silentes sob meus pés alados.
Um misto de ternura e dor perfura minha alma.
Não sei definir o que sinto agora, só sei que é paz.
Verdi ainda toca e o verde lá fora me sorri faceiro.
O contraste da justiça? Covardia.
La Boheme destrava a La Traviata, enquanto flutuo solitário.
Minha alma pede o que não é espelho.
O que não é saudade.
O vento sopra do outro lado da rua.
Que rua? Aquela que passa pela minha tristeza.
A rua onde mora o menino que me ajuda a dissipar a solidão.
Como isso? Soltando pipas por ai entre outros sozinhos.
Correndo na chuva e olhando para fora de mim, na mesma força como se para dentro.
Quem poderá entender o amor? A Inocência.
Não há lugar para o ódio no coração de meninos que soltam pipas.
Porque estes voam por ai! Enqunato estas voam no azul do céu!
Verdi arpeja o seu último acorde e minha alma ainda adeja ao vento.
A noite quebranta o olhar de quem partindo sacode a poeira dos pés.
A melodia mais profunda é a que se faz no silêncio.
E viu Deus que era bom!
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