A verdade é assim,
Menina faceira que se esconde do olhar.
Sabe surgir como o sol nas trevas do mundo, entre os homens.
Eu aprendi a conviver com ela,
Ninguém a domina,
Ninguém a conhece de verdade.
É flor tenra que nasce e viceja ao orvalho do campo,
Eclode em silêncio,
Grita,
Suicida-se, mas não escamoteia.
Meia verdade é mentira escancarada e escandalosa.
A inverdade é fruto esquálido, engano travestido de luz.
A verdade é transparente e brilha como o ouro.
Eu temo mais a verdade escondida que a sujeira exposta.
Quando a verdade está posta debaixo do tapete a injustiça impera sobre alguém,
E normalmente, esgarça a vida de quem está do lado fraco da corda.
Como o sol ela sempre brilha no tempo,
Como a chuva ela rega a terra dos necessitados,
Como a lua ela ilumina a estrada dos que andam na escuridão.
A verdade meu senhor é como tesouro encontrado nas montanhas,
Nem todo olho a percebe,
Nem toda mão toca-a,
Nem todo coração a vê.
A verdade é como um trem que chega na hora exata,
É como a estação apropriada,
Se roubada, sofre alguém,
Se desprezada, a injustiça governa.
Ela não é propriedade de ninguém,
Mas pertence à todos que buscam uma vida de excelência.
Não pertence à políticos,
Muito menos à religiosos.
A verdade é livre.
Se escondida, o mal impera.
Se suprimida, uma besta nasce em qualquer lugar.
A verdade meu senhor é assim, simplesmente livre.
Ela não tem partido,
Nem grupo social ou cultural,
Nem nos guetos,
Tampouco está nas pastas de empresários,
Tampouco está nas pastas de empresários,
Não usa batinas,
Não é domínio de mestres, nem está nos altares feitos por mãos humanas.
A verdade não usa black tie,
Nem veste prado,
Ela vive por ai onde quer que encontre amor a alguma causa.
Ela submerge com o tempo,
Transcende a história, mas nela se manifesta,
A verdade não está togada,
Nem sempre presta continência,
Nem sempre presta continência,
Tampouco fala manso ou está em sorrisos vitoriosos.
Sua lucidez estampa a inocência ou a maldade de alguém.
Eu temo a mentira quando se disfarça de verdade.
Eu temo os olhos de quem engravida pelo ouvido.
Eu temo os ouvidos dos que não sabem ver.
Eu temo o mundo e o fundo de uma alma sem verdade.
É escuridão demais para transpor, quem o saberá discernir?
Com o tempo eu descobri que há muitas verdades na verdade.
Há verdades que parem verdades.
Há verdade sob camadas de mentiras expostas.
Odeio a verdade negada.
O direito calado.
O fato é que nem sempre o que é verdadeiro é o que está à vista.
Às vezes os olhos se deixam iludir com a aparência dos mais fortes.
“É que Narciso acha feio o que não é espelho”, disse o poeta.
No fim, a verdade acaba sendo aquilo que a gente quer acreditar.
Mera subjetividade visto que a objetividade das coisas está velada.
A verdade? Onde andará? Rarefez-se.
Às vezes a verdade está presa, enquanto a mentira possui as chaves do cárcere.
Outras vezes ela tem peso de morte, quem a suportará?
Às vezes a verdade está presa, enquanto a mentira possui as chaves do cárcere.
Outras vezes ela tem peso de morte, quem a suportará?
O que é aparente parece ter o poder de burlar o essencial,
Consolo-me com aquele que disse: “O homem vê a aparência, mas eu vejo o coração”.
Assim, eu repouso na Verdade que Ele é, visto que busca a essência das coisas.
E conhecereis a verdade e ela desnudará o mundo.
E conhecereis a verdade e ela desnudará o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário