2010 foi um ano muito difícil,
Mas são os anos difíceis que marcam mais as nossas vidas.
Tudo que é fácil tende a ser infrutífero.
Eu quero os frutos das minhas esperas,
Quero os louros das minhas lágrimas e das feridas anelo a cura.
Eu confesso que vi beleza em todas as coisas.
Desvendei segredos,
Abracei amigos,
Descobri inimigos disfarçados de monges.
Andei por ruas diversas e toquei as quatro estações.
Vi templos em ruínas, altares fendidos.
Vi o rei se tornar bobo e o bobo elevado ao trono.
Vi palhaços chorando em velórios festivos.
O circo da vida estava cheio de “respeitáveis públicos”.
O Brasil mudou e mudando mudaram os homens.
As velhas raposas da política foram banidas dos covis.
Na America um negro no poder, mas que poder se ainda vivemos de cotas?
Amei as flores e andei em terra indígena á luz do sol.
Senti saudade e senti a dor da traição junto ao abandono.
Tornei-me mais forte. Hoje posso falar de um pouco de tudo.
Naveguei, voei, caminhei, mergulhei, flutuei entre a dor e a esperança.
Reencontrei amigos, amarguei e fiz amargar: mera tendência dos mortais.
2010 foi um ano extraordinário para mim.
Perdi tudo e reconquistei tudo perdendo.
Sinto falta das terras virgens de mim.
Vivi aventuras plácidas e me fiz fé na tormenta.
Certos momentos eu perdi a fé, e assim, Deus se me fez abraço na angústia.
Desejo que 2011 seja um lugar de novas aventuras,
De erros e acertos, batalhas e vitórias.
Contudo, desejo ser eu mesmo, amado ou odiado, querido ou não.
Desejo a todos os que vivem os mesmos dramas que eu um feliz Ano Novo.
Sejam verdadeiros consigo mesmos e com os outros.
Reinventem-se e não deixem que os outros tripudiem sobre sua humildade.
Sejam fortes e amem a Deus acima de tudo.
Amem, simplesmente amem. Porque no fim do ano o que restará é o fruto do amor.
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