Pôs-se o sol, e escondeu-se entre montanhas de nuvens
A sombra da noite apagou as cores das coisas ao redor.
Os olhos fartos de ver a beleza de tudo, aninharam-se atrás da nostalgia,
Sentindo a dor do amor que não veio.
Olhar fito na estrada sinuosa de melodias de boiadeiros,
Lugares escuros de canções sombrias,
Versos de velhas, de vilarejos distantes,
Aí onde os poetas se escondem,
Quando tocam as estrelas com a palavra.
A poeira, da terra, ainda subia,
Enquanto carros passavam velozes,
E com eles passavam os sonhos,
Mesmo com a dor que em silêncio doía,ia-se a alegria,
Deixando de resto o cântaro calado junto ao poço,
E a água fria do pote,
Marejada pelo vento, deu lugar aos ciscos.
O chão ainda quente do sol que se foi,
Deu lugar às pegadas de seres notívagos
E ao orvalho da noite,
Enquanto as aves aninhavam-se nas grotescas árvores furtadas do olhar,
E tudo que era frágil gestando o amanhã,
se fez invisível em seu canto.
As estrelas, a lua, o céu e a terra,
Buscavam no olhar uma poesia concreta.
O medo deu lugar ao sono, e este,
Continua sendo o abrigo dos sonhos infantis,
Onde meninos viram heróis,
E minha alma assume o ser que sabe ser capaz de ser feliz,
Porque puro, Porque belo,
Porque nada...
Parada ali na janela da imaginação,
À espera de um novo amanhecer.
Pôs-se o sol, e agora o que há de ser da noite?.