quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Manhãs de Saudades



Wolfgang tocava altissonante
Seu Allegro moderato na sala de estar,
Enquanto, minha mente grávida de lembranças de dias frios,
Buscava no passado as alegrias
Que visitaram o meu sedento coração
Em manhãs de flores tímidas.
Os gonzos da porta da felicidade quebravam as placas da ferrugem do tempo,
À medida que se abria para mim, dando lugar ao sonoro e alvissareiro
Sorriso de primaveras de borboletas azuis.
Mar de mim de amor sem fim, fim em mim e de mim que percorrem
O nevoeiro no interior do túnel da beleza d´alma.

Amadeus insistia em tocar suas melodias eternas,
E eu, obtuso, num lance de transcendência,
Compreendi que nostalgia é pão que se come em silêncio,
E que saudade é sua sobremesa em mesas postas
De frente para o nada.
Ah! Que saudade das amoras doces,
Roubadas de pés possuídos de desejos!
Alguém ai fora saberia me dizer por que estes
Encantamentos são diminutos?
Mozart tocará para sempre o amor
E a alma de gente como eu,
Que padece de um mal que eu definiria aqui,
Como sendo uma saudade crônica De um passado distante.

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