sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Altar e As Cinzas



“A ventania levou as cinzas que restaram no altar dos sonhos;
Onde havia pó e brasas, restos do fogo do sacrifício de ontem,
Passou a existir, apenas, lembranças de velhas chamas,
As quais já não ardem mais no chão do desejo.

Morre o fogo, morrem as sombras, nasce o frio,
E, com o frio eclode a solidão ao pé do altar.
A única luz que restou na escuridão, foi a luz da lua,
E eu, aqui do meu lugar, marejo os olhos,
Anelando outros sóis que reflitam e eliminem a timidez do luar.

Vejo quebradas as vidraças da esperança de amanhãs distantes;
A pedra arremessada por mãos invisíveis,
Fragmentando, fragmentou-se,
Despedaçando a única gota de orvalho que, misturando-se às lágrimas, franziam minha
Face triste e meu olhar abrasador.

Mas, que importa? Aqui, basta-me o silêncio e a certeza de que me vês.
Pois, eu sei que em mim arderá de novo a única chama que ascende outros altares a Ti,
Visto que, nem a lua, nem o luar acendem fogueiras adormecidas.
Desse modo, extraindo das entranhas do meu ser,
Apenas um verso exala da dor da minha solidão,
E da incompreensão deste momento brota um louvor: Deus eu ainda te amo”.

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