sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Fio de Prata



"O fio de prata do luar iluminou o meu olhar,
a suavidade da cor,
a ternura da brisa leve que vem do mar,
fez-me viajar num cometa-azul que passava no céu do meu quintal.

Rumei para longe, enquanto meu corpo sentia o frio do sereno lá fora,
vi quando uma ave noturna sobrevoou o meu silêncio,
na penumbra se ouviu o seu grito ecoando para o Sul.

Uma canção brotou no meu peito saudoso,
a voz do menino de ontem fez-se ouvir entre lágrimas,
um verso no reverso da solidão, acalentou meu coração,
refém de um passado encantador.

AH! Se todas as noites fossem iguais,
se cometas passassem com suas caudas afogueadas despertando preces de meninos sonhadores,

Ah! Se todos meninos soubessem que os cometas transportam sonhos.

Uma estrela cadente para um mundo decadente,
uma poesia grávida do amanhã,
um adeus ao ontem com suas ferramentas de morte,
uma cabeça recostada no chão enquanto os olhos namoram as estrelas.

O univero infinito torna-se o quintal dos olhos que desejam,
o espaço sideral sua barraca de acampar,
um mundo diminuto para um coração dissonante,
poemas de sangue escritos com letras neon.

O amor que encanta e enternece, a que raiz viceja solitária,
um verso, um sonho em um universo infinito,
acorda o menino que simplesmente não se rende ao medo ser,
nem de sonhar".

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